Colóquio Diálogos sobre Desigualdades Socioambientais: Paralelos entre Injustiça e Racismo Ambiental (Brasil - Estados Unidos)

Data: 
quinta-feira, 20 Outubro, 2022 - 19:00 até sábado, 22 Outubro, 2022 - 17:00

Colóquio Diálogos sobre Desigualdades Socioambientais: Paralelos entre Injustiça e Racismo Ambiental (Brasil - Estados Unidos)

20 a 22 outubro 2022
20/10 - Auditório da EACH/USP Leste - Av. Arlindo Bettio, 1000, Vila Guaraciaba, SP
21/10 - Auditório do IEE/USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 1.289, Cidade Universitária, Butantã SP
22/20 - Sede da Perifa Sustentável - Av. Almyr Dehar, 328, Brasilândia, SP

Inscrições exclusivamente por email - comunicacao@iee.usp.br informando nome/email/instituição de vínculo

Diante da atual crise socioambiental vivida no mundo, agravada pelas mudanças climáticas, é imprescindível focar o olhar para as populações mais vulnerabilizadas que estão sendo as mais afetadas pelos eventos extremos e conflitos socioambientais. O tema de racismo ambiental foi levantado na década 1980 nos Estados Unidos a partir da percepção da distribuição de lixos tóxicos e de contaminação em bairros de maior concentração de afrodescendentes e imigrantes. Nesse contexto, movimentos sociais contra o racismo ambiental foram mobilizados pelo reverendo Dr. Benjamin Chavis, e seguido por diversos outros pesquisadores norte-americanos. A partir desse olhar do direcionamento de maiores impactos ambientais para grupos vulnerabilizados e periferizados, surgiu o movimento por justiça ambiental, contra o racismo ambiental.

O Racismo Ambiental e a injustiça ambiental consideram que populações vulnerabilizadas e racializadas no Brasil, nos Estados Unidos e no Mundo têm menor acesso a bens ambientais que populações com baixa vulnerabilidade  socioambiental. Além disso, há desproporcionalidade dos impactos ambientais causados pelas mudanças climáticas e direcionados a essa diferentes populações, e quando isso envolve a questão racial, constitui o Racismo Ambiental.

Em países da América Latina, essa mobilização foi se adicionando aos movimentos dos trabalhadores rurais sem terra, movimentos indígenas, movimento dos atingidos por barragem, entre outros, denominando-o como casos de injustiça ambiental.

No Brasil, estudos têm apontado que a segregação socioespacial de pessoas negras construída no período pós imperial são alguns dos fatores determinantes para a condição de vulnerabilidade atual nos centros urbanos, o que culmina no alto índice de afetados diretamente pela falta de infraestrutura urbana, falta de serviços de saneamento básico, pelos alagamentos e deslizamentos. Sendo assim, aponta-se a importância dos olhares acadêmicos voltados para a racialização das desigualdades socioambientais, e da reflexão sobre os processos de apropriação desigual de bens resultantes da exploração dos recursos naturais e de quem são as populações sobre as quais repercutem os impactos das ações sobre o ambiente, no contexto brasileiro e internacional.

Portanto, o evento tem por objetivo debater as diferentes abordagens e ferramentas relacionadas à análise de temas da Injustiça Ambiental e do Racismo Ambiental e seus desdobramentos nas pesquisas e projetos acadêmicos, e também nas experiências de mobilizações de enfrentamento ao racismo ambiental e climático em São Paulo, a partir do diálogo de temas centrais para a construção de cidades mais inclusivas e capacitadas para o enfrentamento das mudanças climáticas, da desigualdade socioambiental, da injustiça ambiental e o do racismo ambiental, além de fornecer ferramentas e direcionamentos para abordar tais questões.

Nesse sentido, entende-se que é de suma importância fomentar diálogos entre planejadores públicos, movimentos sociais e pesquisadores na busca pela elaboração de políticas públicas e pesquisas acadêmicas mais diversas e inclusivas, que tenham como proposta alternativas para planejamentos urbanos mais justos. Por isso, elaborou-se a proposta de diálogo e debate com pensadores e intelectuais brasileiros e do Norte Global sobre pesquisas, metodologias e experiências considera o papel essencial da participação social no enfrentamento destas questões, e contribui para a discussão de abordagens e ferramentas que podem colaborar para a proposição de cenários futuros, como o mapeamento participativo.

O evento é voltado para estudantes de graduação, pós-graduação, pesquisadores e articuladores sociais interessados em aprimorar e dialogar sobre meio ambiente, questões raciais, mudanças climáticas e planejamento urbano.

PROGRAMAÇÃO

20/10/2022 - 19h00 às 22h30 - Auditório da EACH/USP Leste
Mesa de Abertura

Mesa Redonda: Planejamento Urbano e Periferias: um Debate Intergeracional para o Enfrentamento ao Racismo Ambiental - Brasil/EUA
Coordenada por Silvia Zanirato, USP

Palestrantes:
Julian Ageyman, Universidade de Tufts, Massachusetts, EUA (participação remota)
Guilherme Moura Fagundes, USP
Amanda Costa, Perifa Sustentável

21/10/2022 - 14h00 às 18h00 - Auditório do IEE/USP
Mesa de Abertura

Mesa Redonda: Justiça Ambiental e Justiça Social nas Cidades - Combatendo o Racismo Ambiental
Coordenada por Ana Paula Fracalanza, USP
Palestrantes:
Dennis de Oliveira, USP
Marcelo Firpo de Souza Porto, ENSP/FIOCRUZ
Diego Pereira, Doutorando UnB e Procurador Federal da AGU

22/10/2022 - 14h00 às 17h00 - sede da Perifa Sustentável, Brasilândia

Mesa Redonda/Dinâmica - Mapeamento Participativo
Para este dia a atividade de mapeamento participativo é exclusiva para moradores da Brasilândia.
Os demais participarão como observadores.

Coordenadores: Matheus Santos,  e Amanda Costa da Perifa Sustentável

Facilitadores:
Ana Sanches, EACH/USP
Izabela Santos, Instituto Peregum
Ana Paula Fracalanza, USP
Carolina Carvalho, Comunidades Vivas
Naira Zarco, Perifa Sustentável

Este evento conta com o apoio do PROCAM/IEE/USP, do PROMUSPP/EACH/USP, da Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação da USP e do Instituto Polis.

 

 

 

 

Tipo Evento: 
Geral